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Galeria do CesarPB

ARTE DIGITAL | ESCRIVINHAÇÕES

Anima Christi

ANIMA CHRISTI – Arte original impressa em canvas importado (60 x 40) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (SUPER A3). Disponível para venda: original e 10 reprints.

Casa dos Pássaros

CASA DOS PÁSSAROS – Arte original impressa em canvas importado (60 x 40) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (SUPER A3). Original disponível para venda na Exposição Virtual “GABINETE DE CURIOSIDADES” – Galeria Zagut – RJ. (Link para a exposição). Disponível para venda: 10 reprints.

Nuvens de Nazaré – Arte Digital

NUVENS DE NAZARÉ – ARTE DIGITAL – Arte original impressa em canvas importado (40 X 60) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (39 X 48). Original disponível para venda na Exposição Virtual “PANDEMIE” – Galeria Zagut – RJ. (Link para a exposição: em breve). Disponível para venda: 10 reprints.

Nuvens de Nazaré

NUVENS DE NAZARÉ – Pintura em acrílica sobre tela 40 X 60. Edição única. 2020

Papai Goeldi

PAPAI GOELDI – Arte original impressa em canvas importado (48 x 57) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (39 X 48). Original disponível para venda na Exposição Virtual “GOELDI GÊNIO BRASILEIRO” – Galeria Zagut – RJ. (Link para a exposição). Disponível para venda: 10 reprints.

A Dona do Bordel

A DONA DO BORDEL – Arte original impressa em canvas importado (66 x 46) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (48 x 33). Disponível para venda: original e 10 reprints.

Bicycle Race

BICYCLE RACE – Arte original impressa em canvas importado (66 x 46) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (48 x 33). Disponível para venda: original e 10 reprints.

Lavadeira

LAVADEIRA – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Disponível para venda: original e 10 reprints.

Sonho de Clarice

SONHO DE CLARICE – Arte original impressa em canvas importado (66 x 46) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (48 x 33). Original disponível para venda na Exposição Virtual “Clarice Lispector 100 Anos” – Galeria Zagut – RJ. (Link para a exposição). Disponível para venda: 10 reprints.

Fogo no Barracão

FOGO NO BARRACÃO – Arte original impressa em canvas importado (66 x 46) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (48 x 33). Original disponível para venda na Exposição Virtual “Carnaval” – Galeria Zagut – RJ. (Link para a exposição). Disponível para venda: 10 reprints.

Olha a Onda

OLHA A ONDA – Arte original impressa em canvas importado (150 x 75) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (43 x 21,5). Original vendido. Disponível para venda: 10 reprints.

Flores para Nazaré

FLORES PARA NAZARÉ – Arte original impressa em canvas importado (55 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original: VENDIDO. Disponível para venda: 10 reprints.

Namor (Príncipe Submarino)

NAMOR – Arte original impressa em canvas importado (66 x 46) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (48 x 33). Disponível para venda: original e 10 reprints.

A Prima

A PRIMA – Arte original impressa em canvas importado (61,5 x 46) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (48 x 36). Original disponível para venda na Exposição Virtual “Eróica Erótica” – Galeria Zagut – RJ. (Link para a exposição). Disponível para venda: 10 reprints.

Viajante Sideral

VIAJANTE SIDERAL – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original disponível para venda na Exposição Virtual “Viajantes – Galeria Zagut – RJ. (Link para a exposição: Espaço Zagut). Disponível para venda: 10 reprints.

Comunidade Parangolé

COMUNIDADE PARANGOLÉ – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original disponível para venda na Exposição Virtual “Homenagem a Hélio Oiticica – Galeria Zagut – RJ. (Link para a exposição: Espaço Zagut). Disponível para venda: 10 reprints.

Ceia Santa

CEIA SANTA – Arte original impressa em canvas importado (170 x 70) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (48 x 19,7). Original vendido. Disponível para venda: 10 reprints.

Série “De dia é Maria, de noite é João”

MARIA – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Disponível para venda: original e 10 reprints.
JOÃO – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Disponível para venda: original e 10 reprints.

Mandinga do Veropa

MANDINGA DO VEROPA – Arte original impressa em canvas importado (55,5 x 78,5) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art super A3 (33 x 48). Original disponível para venda na Exposição Virtual “Feira de Arte – Galeria Zagut – RJ. (Link para a exposição: Espaço Zagut). Disponível para venda: 10 reprints.

Viola popstar

VIOLA POPSTAR – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Disponível para venda: original e 10 reprints.

Manguinhas de fora

Arte original impressa em canvas importado (55 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original vendido. Disponível para venda: 09 reprints.

Série “Carnaval”

PIERROT – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original vendido. Disponível para venda: 10 reprints.
COLOMBINA – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original vendido. Disponível para venda: 10 reprints.

Série “Nossos Rios”

TUCURANÉ – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original vendido. Disponível para venda: 10 reprints.
CANOA – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original vendido. Disponível para venda: 10 reprints.

Peixes

Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Disponível para venda: original e 10 reprints.

Miss Monroe

Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Disponível para venda: original e 10 reprints.

INRI

Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Disponível para venda: original e 10 reprints.

Feira do Açaí

Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original vendido. Disponível para venda: 9 reprints.

Barco Thai

Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Disponível para venda: original e 10 reprints.

Série “As Cores da Fé”

NAZINHA 1 – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Disponível para venda: original e 10 reprints.
NAZINHA 2 – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original vendido. Disponível para venda: 9 reprints.
NAZINHA 3 – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original vendido. Disponível para venda: 9 reprints.
NAZINHA 4 – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Disponível para venda: original e 10 reprints.
NAZINHA 5 – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original vendido. Disponível para venda: 8 reprints.
NAZINHA 6 – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original vendido. Disponível para venda: 8 reprints.
NAZINHA 7 – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original vendido. Disponível para venda: 9 reprints.

Veropa by Night

Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original vendido. Disponível para venda: 10 reprints.

Fogueira e Bandeiras

Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Disponível para venda: original e 10 reprints.

Série A Luz da Nazinha

O SAGRADO – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Original vendido. Disponível para venda: e 4 reprints.
O PROFANO – Arte original impressa em canvas importado (46 x 66) e 10 reprints assinados e numerados, impressos em papel fine art (33 x 48). Disponível para venda: original e 8 reprints.

Olhar de Mãe

Todo ano o Raymundo Mario Sobral, auto proclamado Comendador da Ordem do Macaco Torrado, me pede uma mini crônica para edição do Círio da Revista Chá de Cadeira, distribuída gratuitamente em consultórios médicos e afins. E, neste ano, a crônica tinha que tentar responder a difícil questão “Na sua opinião, o que é o Círio?”.
Missão dada, missão cumprida, nas linhas a seguir:

…….

Outro dia o Comendador perguntou o que era o Círio, na minha opinião. Fiquei matutando e não consegui uma resposta convincente. Resolvi então perguntar aos mais diretamente envolvidos. Quem sabe eles não me ajudariam a elucidar esse mistério que, mesmo depois de duas décadas e uns trocados, ainda deixa a gente sem resposta, né?

Me piquei então pras bandas do Ver-o-Peso e perguntei pro senhor Pato o que era o Círio pra ele. Não deu nem tempo de escutar sequer um mísero quá. O bicho saiu de lá chispado.

Corri então pra dona Maniva e fiz a mesma pergunta. Devagar como sempre, senti que ela ia levar uns sete dias cozinhando a resposta.

Meio sem rumo, ainda tentei falar com o senhor Jambu, mas, coitado, deve ser Parkinson: se tremeu todinho e foi logo murchando.

Sem tempo a perder, decidir ter um tête-à-tête direto com a homenageada: entrei na Basílica e, de joelhos, supliquei a resposta. Também nada escutei. E nem foi preciso. A resposta sempre está lá, naquele olhar terno, naquele olhar de mãe.

O almoço de amanhã

– Amor, amanhã é sábado. Que tal a gente preparar aquele churrasquinho bacana?
– Melhor não, né! Não viu na TV que a calabresa foi entupida com carne de cabeça de porco e que a picanha estava fora da validade, disfarçada com uns trecos químicos?
– Caramba! Então que tal um hamburgão ou umas almôndegas deliciosas?
– Também não vai dar. Só se você tiver muito a fim de comer papelão. Estavam moendo tudo junto com a carne também.
– O jeito vai ser ir de peixe, né?
– Que peixe, mané? Tu não leste também que lá na Bahia as pessoas comeram peixe e fizeram xixi pretinho. Diz que já morreram bem uns vinte!
– É, vamos ter que morrer no frango então!
– Só se tu quiseres morrer mesmo ou ficar falando fino e com os peitos maiores que os meus. Tá tudo cheio de hormônio!
– Saladinha então…
– Então nem pensar também. É tanto agrotóxico que melhor nem triscar.
– Não me diz que vai ser macarronada de novo!
– Mas não vai mesmo! Tu não leste no Facebook que glúten faz a gente ficar com barriga d’água?
– Salada de frutas então, tudo bem?
– Tudo bem, tirando que estão mexendo na genética delas. A comadre falou que tem bananeira por aí que está parindo até maracujá.
– Cacete! Já vi que vou encher o bucho só de água.
– Daqueles garrafões adulterados que estão sendo enchidos com água da torneira?
– Porra! Vamos viver de que? De luz?
– Esquece! Aumentou a bandeira tarifaria de novo!
(Cesar Paes Barreto – Março, 2017)

Supermarket Colors

Dedo sobre touchscreen
Dedo sobre touchscreen – Proibida a reprodução

Chupa, Vlad!

Hoje estou de alma lavada. Hoje consegui entrar na folha de pagamento da Rede Globo de Televisão. Não que eu vá estrelar a próxima novela global das 22 horas. Ainda não é dessa vez que o Rodrigo Lombardi vai ter um concorrente a altura. Muito menos serei escritor do próximo folhetim. Dona Gloria me daria bola preta lá no grupo de autores por conta de um imbróglio do passado. Mas isso é outro papo e já aconteceu ha umas 435 crônicas atrás. Melhor deixar pra lá.

A verdade é que há 30 anos militando como redator publicitário, escrevendo míseros 30 segundos nos intervalos das atrações da emissora, um dia desses me deu um tiquinho de inveja do meu amigo Vladmir, o Vlad, enfant terrible do jornalismo paraense, antes de ser roteirista e documentarista de mão cheia, que me disse, com ar super blasé, que estava escrevendo programas pra Globo e recebendo uma grana preta por isso.

Caramba, um franguinho mal saído dos cueiros já tinha chegado lá e eu aqui, nessa vidinha mais ou menos, escrevendo pra vender Sonrisal, bacia acoplada e revisão de férias em 3 vezes sem juros.

E ele ficou tão importante que até saiu do Facebook por uns tempos, pra voltar depois, certamente, a pedido dos fãs. Global faz essas coisas, né?

Eu aqui, duelando entre escrever janelas de oferta e áudio visuais para o Prêmio ORM ACP. E assim a vida foi seguindo.

Mas hoje acabou essa pobreza! Hoje a Globo reconheceu o meu talento e depositou R$ 50,00 na minha conta. Juro por Deus do Céu! Cinquenta babilacas globais!

E não precisei nem encarar temido o teste do sofá, tá?

Bastou eu postar um vídeo despretensioso num site de criação colaborativa, pra Globo se encantar com a criatividade do garotão aqui e decidir contribuir, apoiando a iniciativa com essa bolada toda que, se não vai curar as mazelas da minha conta bancaria, já curou a minha alma e vai ser suficiente para comprar dois charutos dominicanos pra eu baforar junto com o, agora, também colega Vlad, quando nos encontramos por aqui. Ou por lá, em Jacarépaguá!

Qual é o papo, Cesar Paes Barreto?

Entrevista para as redes sociais da 3D Produções e Entretenimento.

Uma pedra no meio do caminho

Sexta-feira passada, decorridos cinquenta anos, sete meses e dois dias do tempo regulamentar do meu jogo da vida, pela primeira vez eu soube o que é sofrer uma cirurgia. Aliás, naquele dia, não perdi apenas a virgindade cirúrgica. Foi a minha primeira vez também a tomar soro, dormir com anestesia geral e acordar em uma cama de hospital.
Sim, finalmente o chef Cesar conheceu o significado da tão propalada comida de hospital.
E tudo isso porque tinha uma pedra no caminho. Uma pedra na vesícula, atrapalhando o caminho da bile, tal e qual trabalhadores em greve atravancam o nosso vai e vem todo santo dia.
Minha vesícula grevou e não voltou a trabalhar nem por decreto.
E, como não voltou a trabalhar, teve que ser demitida, por justa causa, para que não contaminasse com o mau exemplo os colegas de labuta, que trabalham nos órgãos vizinhos. Resumindo, o mal tinha que ser cortado pela raiz, imediatamente, sem direito a recurso.
Mas, tudo começou um fim de semana antes, com uma orgia gastronômica de fazer inveja aos bacanais romanos. Vamos lá:
Na quinta, uma deliciosa chapa de mariscos grelhados. Sim, todos os que você imagina estavam lá, lindos e crocantes: da nobre lagosta ao plebeu mexilhão.
Na sexta, um amanteigado risoto de aspargos frescos com camarões grelhados no azeite.
No sábado, churrascão daqueles que se preza, muito bem ornado de colesterol e triglicerídeos pra não fazer feio em nenhum exame laboratorial.
E, finalmente, pra fechar com chave de ouro o glorioso festival adiposo, no almoço de domingo, o chef Cesar preparou a improvável e inenarrável combinação de polvo grelhado, bacalhau na chapa e linguiça toscana recheada com queijo provolone, embebidos em molho de curry com mega-power pimenta verde no leite de coco.
Gostou ou já deu enjoo só de ler?
Tá bom: vai, pega um Dramin e um Luftal aí que eu espero antes de continuar.
Obviamente que depois de tudo isso a coitada da vesícula, tão maltratada pelos meus desejos de gordo, iria pedir pira paz não quero mais, no mais alto e bom som que ela pudesse.
E, na madrugada de domingo pra segunda, deu-se a rebordorsa: vesícula, fígado, estômago, pâncreas e intestinos, unidos, bradavam que jamais seriam vencidos.
Foi nessa hora que soube o que o grande Golias sentiu ao ser derrubado pela pedrinha do pequeno David. Uma pedrinha de pouco mais de um centímetro de diâmetro nocauteu, sem dó nem piedade, mais de noventa quilos de fofura acumulada, com tanta facilidade, que até a batizei de Chris Weidman.
Um pouco antes de cair de dor, delirando, até pensei ter escutado o Bruce Buffer gritar “It’s tiiiiimeeeee!!!!!”.
Se ouvi ou não de verdade, não sei. Mas que a hora era chegada, era.
E lá fui eu, rumo ao desconhecido, sabendo que, aquando abrisse os olhos depois do delicioso nocaute anestésico, teria uma vida inteiramente nova pela frente.
Adeus Claude Troisgros e seu magret de pato com foie gras.
Adeus Chuck Huges e sua costela na crosta sal grosso.
Bem-vinda Bela Gil e seu churrasquinho de melancia.
Não sei não, mas acho que vou sentir saudades da comida do hospital.

Dom Zico: da pegadinha ao jantar!

Sobre o Dom Zico, capaz do Ney Messias Jr. e o Gaspar Rocha Rocha lembrarem dessa. Nos idos de 1993 ou 1994, fui escalado pelo Walter Jr Carmo a representá-lo na inauguração da Rádio Nazaré (ou da antena da rádio, sei lá). Walter era Coordenador de Comunicação Social da PMB, Ney o coordenador adjunto e eu Diretor do Núcleo de Propaganda. Não sei se foi pegadinha de algum colega (né Gaspar!?) ou desatenção minha, mas, o fato é que cheguei lá na residencia do Arcebispo, na época, na BR, em frente à entrada do Lago Azul, pontualmente às 18h00. Lugar mais vazio do mundo. Ninguém lá! Me levaram então até Dom Zico que me recebeu com um sorriso esplendoroso no rosto, dizendo que o coquetel estava marcado para as 20h00, mas, já que eu estava lá, era seu convidado para jantar, antes do coquetel. Bom, convite de Arcebispo é algo que não se pode negar. Aceitei, esperando encontrar uma mesa farta e ricamente ornada. Dei com os burros n’água e, naquele momento, passei a admirar ainda mais aquele homem simples que emanava bondade em seu sorriso: em uma pequena mesa de madeira, quadrada, numa sala simples, Dom Zico dividiu comigo o seu jantar: um mamão, um copo de leite e algumas torradas. E dividiu muitas histórias também. Conversamos, eu e ele, durante essas duas horas, como se fossemos velhos conhecidos. Naquela noite, dormi feliz! Hoje, tenho absoluta certeza, será a vez dele.

Fritando coxinha na sacada gourmet

Tenho lido algumas coisas risíveis aqui no tribunal de justiça facebookiano sobre os protestos do dia 15 próximo. Uma delas me causou surpresa pela falta de coerência: dizia que os “coxinhas” só estavam protestando agora porque a gasolina dos seus Hondas Civic aumentou. A primeira pergunta que eu faço é: e o que há de errado nisso? Será que é a estratificação social que determina o que pode e o que não pode ser reclamado? Será que vou ter que pedir permissão para alguém, a partir de agora, na hora de reclamar os meus direitos de cidadão?
É como se só aumentasse o preço do combustível dos “Hondas Civic burgueses” e não também o preço do diesel do “busão” do autor do surpreendente texto. É sabido que a principal causa do aumento da tarifa dos coletivos é o aumento do combustível. Lembram dos tal dos R$ 0,20 centavos de aumento na tarifa pelo qual bradavam contra os tais “black blocs” em maio do ano passado? Pois é isso que é surpreendente no texto do meu amigo do tribunal de justiça facebookiano: em vez de ele estar contente por a “burguesia” agora ter acordado e se unido à “classe trabalhadora” para lutar, entre outras coisas, contra o aumento do combustível, que é fruto direto do maior roubo estatal do mundo, diga-se de passagem, não: autor do texto surpreendente se limita a chamar os protestantes de hoje de “coxinhas”, “burgueses”, “elite”…
Não lembro de ter lido em nenhum momento a palavra cidadão. Sim, cidadão que começou a trabalhar aos quatorze anos desenhando logotipos para embalagens de uma fábrica de plásticos; que trabalha até hoje, aos cinquenta anos, aos sábados e domingos se necessário for; que decidiu fazer pós graduação aos quarenta e sete anos; que até o ano passado dava aulas até as onze da noite em uma faculdade; que paga a maior carga tributária do mundo; que vive num estado gerador de energia e paga a maior tarifa do Brasil; que pisa nas maiores reservas do mundo de minérios e não vê um mísero tostão dessa fortuna reverter em benefícios para a população…
Se isso é ser “coxinha”, meu amigo, então eu sou, com muito orgulho, “coxão”. Se hoje faço parte de uma elite branca coxinha privilegiada que olha o mundo de uma sacada gourmet, é porque, todo dia, acordo as seis da manhã e faço por merecer cada centímetro quadrado de conforto que consigo proporcionar para a minha família. Por isso, posso e tenho direito de reclamar sim do que eu quiser e na hora em que eu quiser.
A propósito: não tenho Honda Civic e, apesar do nome pomposo, estudei o primeiro e o segundo grau em escola pública. O meu passaporte para chegar até aqui não foi nome e nem sobrenome. Foi respeito ao próximo, estudo e trabalho. Muito trabalho.

O WhtasApp é o nosso Cocoon.

Lembram de Cocoon, o filme, caros leitores? Exatamente: aquele filme onde haviam misteriosas pedras no fundo de uma piscina e os velhinhos de um asilo próximo, que banhavam-se naquelas águas, rejuvenesciam, curavam os males da idade e a vida virava uma festa?
Pois então: o WhatsApp é o novo Cocoon. Pelo menos para a turma do Convênio de 1981 do NPI, da qual este humilde escriba tem a honra de fazer parte, está sendo sim.
Nas véspera do Natal de 2013, fomos brindados com esse belo presente: amigos que antes estavam invisíveis, foram agrupados na mesma turma outra vez e, agora, reúnem-se 24 horas por dia, sete dias por semana, relembrando histórias que estavam latentes nas nossas memórias e que nos fazem voltar mais de 30 anos no passado, como se o passado fosse ontem.
E não pensem que as reuniões são apenas virtuais. A rapaziada tem desligado os smartphones e caído na vida real: tem o grupo do almoço de sexta, da bicicleta, do samba, do Cortiço, do Quintal da Velha e, principalmente, o grupo da manguaça, que consegue a proeza de reunir todos os nossos subgrupos em torno do mesmo brinde à amizade e à vida. Aliás, vidas! Vidas que seguiram caminhos tão diferentes, mas, ao mesmo tempo tão iguais, talvez por culpa da nossa escola, que era diferente das outras por ser uma escola pública federal em plena época da ditadura militar, mas que educava nos melhores princípios socialistas, sem distinção, colocando lado a lado, pessoas tão diferentes, que só a escola da vida talvez não fosse capaz de reunir.
Hoje, olhando pelo retrovisor da história, parece absurdamente impossível que a mesma escola que obrigava alunos a entoar, enfileirados militarmente, o Hino Nacional todos os dias antes das aulas, fosse a mesma – e única – a promover a utópica igualdade socialista, fornecendo o mesmo uniforme, o mesmo lápis, o mesmo caderno, a mesma merenda e o mesmo transporte gratuito a todos, sem distinção. O governo que caçava comunistas e socialistas nas nossas ruas, colocava em prática, nas suas escolas, a filosofia combatida. Emblematicamente, somos da geração que nasceu em 1964!
Não sou sociólogo, psicólogo e nem cientista político para debater este tema com a profundidade que ele possa merecer, por isso encerro aqui esse parêntesis histórico e volto a focar a crônica no seu objetivo inicial.
Como escrevi alguns parágrafos acima, o tempo parece que não passou neste hiato de 32 anos: os apelidos permanecem os mesmos e as brincadeiras, sempre sadias, também: o Dr. Claudio Humberto é o eterno Boi Doido, a Annete é a Fofura, o Fernando é o Bombom, o Norberto é o Padre, a Silvia é a Santinha, o Pedroca é e sempre será o Pedroca, a Rita é a Miss, a Margareth a Mãe de Miss e o Marcelo só não tem mais o apelido que tinha porque não quer ter, mas, é bem verdade, continua fazendo por merecê-lo – e amigos verdadeiros são aqueles que respeitam a vontade dos amigos sem jamais questioná-las.
Só sei é que, tais e quais os velhinhos serelepes do Cocoon, estamos nos divertindo a beça nesse reencontro com os jovens que um dia fomos e que, certamente, sempre seremos, enquanto houver boas histórias para serem contadas e boas histórias para ainda serem vividas.
E quem não gostar, que vá reclamar na diretoria!

Círio em Super 8

Esse ano, com a graça da Santinha, eu emplaco meu quadragésimo nono Círio de Nazaré. Seguramente devo lembrar-me de uns trinta e muitos. Mas a Nazinha perdoa porque sabe que, até os dez anos de idade, o moleque tá pensando mais no Dia das Crianças que, eventualmente, cai no segundo domingo de outubro, do que na nossa gloriosa procissão. Tentei buscar nos arquivos da memória a lembrança mais distante e encontrei um turbilhão de sentimentos e saudades. O engraçado é que a primeira imagem que me vem na cachola quando o meu “Google” interior revira os confins da minha alma, é a imagem de meu pai que, se não era católico praticante, era um devoto fanático das imagens do Círio, com os audiovisuais abençoados que filmava em super oito e editava em uma moviola doméstica, sob os olhos atentos e curiosos de toda a família. A pré-estreia de cada filminho desses era concorridíssima, quase sempre prestigiada por parentes que vinham de fora do Pará, para os fartos almoços cirianos, regados a pato no tucupi e maniçoba, naturalmente, mas com muita batida de maracujá com cachaça de Abaeté feita pelo meu avô Adalberto. Cada um com suas habilidades e competências, não é? Em uma dessas produções, com toda experiência adquirida ao longo dos meus doze anos de idade, fui contratado pelo papai como repórter. Profissional como sou, me lancei ao desafio com toda a obstinação e, em plena Avenida Nazaré, entrevistei promesseiros bem pertinho da sua dor. Sofri junto com eles, chegando às lágrimas em quase todas as entrevistas. Isso me fez desistir, imediatamente, da promissora carreira que se apresentava naquele momento. Reza a cartilha de todo bom repórter que a emoção e razão devem caminhar em procissões opostas. E, comigo, ambas seguiam atadas na mesma corda. Hoje, ao rever esse super oito da vida, os olhos marejaram novamente. O que abranda a saudade que sinto do meu cinegrafista, editor chefe, sonoplasta e roteirista preferido, é a certeza de que esse ano ele vai estar lá de novo, bem do alto, fazendo lindas imagens aéreas da gente.

Dedo sobre tela

You can crush the flowers, but you can’t delay spring.

Saudade do Belém

Mania chata essa de paulista em colocar esse maldito “do” na frente da nossa gloriosa Belém.
Acredito que a culpa é daquele bairro deles, o Belenzinho, assim mesmo com N e diminutivo. Como bairro é sempre masculino, os manos e as minas trocam as bolas e mudam o gênero da nossa bela e feminina Belém, que de tão mulherzinha, tem até nome de Santa na Certidão de Nascimento: Santa Maria de Belém do Grão Pará.
Viu só o que é uma cidade poderosa? Tem nome de Santa e sobrenome nobre! Grão Pará!
Estou agora em Boa Vista, capital de Roraima, cidade que os minos, as minas, o meus, os seus e os nossos teimam em confundir com Porto Velho, capital de Rondônia.
Boa Vista, talvez inspirada pelo próprio nome e por ser a capital brasileira mais alta no mapa, enxerga possibilidades de crescimento e oportunidades de negócios como bem poucas capitais.
Cidade planejada, vias largas e expressas que convergem de uma rotatória central, onde estão locados as sedes do executivo e do legislativo.
Talvez a forma de leque projetada para a cidade fosse uma tentativa de amenizar o calor que castiga a cidade sem piedade.
Saudade das nossas mangueiras em túnel, sombreando as nossas cacholas e arejando as nossas ideias.
Senti falta de verde na cidade. Talvez esteja mal acostumado. Mas, talvez, logo acostume. Quanto tempo ainda durarão as nossas mangueiras?
Regadas pelo descaso municipal, uma após outra, seguem sofrendo. E morrendo.
Não sou um cara sentimental ou saudosista. Sou é calorento mesmo e aqui, senti falta delas.
Boa Vista bem que poderia esverdear seus largos boulevares radiais com árvores tropicais frondosas e frutíferas, como as nossas, que, aliás, um dia já foram deles também, afinal o Grão Pará se extendia até aqui.
Vim dar uma palestra. A terceira em menos de um ano. E cada vez que venho, gosto mais da cidade e da sua gente. Obviamente sinto falta das modernidades que já chegaram em Belém e que ainda estão a caminho daqui.
É impressionante como a gente já viveu em Belém as mesmas expectativas que Boa Vista vive agora, especialmente com relação a chegada de dois shopping centers, ao mesmo tempo. Vivemos isso ha quase 20 anos e aqui, vi a história se repetir. É só o que a cidade fala.
Vê-se nos olhos dos antigos comerciantes da Jaime Brasil a apreensão com os dias que virão. Igualzinho ao olhar que vimos, um dia, nos lojistas da nossa outrora formosa João Alfredo, hoje camelódromo e piratródomo.
Sinto informá-los, caros lojistas da Jaime Brasil: a história sempre se repete.
A única possibilidade de reverter essa tendência é investir em qualificação de mão de obra, layout de loja e profissionalizar a operação.
Shoppings não chegam trazendo só franquias charmosas e guloseimas deliciosas. Chegam como balizadores de um novo patamar em experiência de compra ao consumidor. E a diferença é brutal. O nivelamento vai ser por cima. O sonho da população, com toda certeza, vai ser o pesadelo dos comerciantes que não estiverem preparados para esse novo tempo.
Bom, o avião chegou e a Iris Letieri já está me chamando pra embarcar, com aquela sua voz doce e sedutora. Uma voz assim tipo shopping center.
Mas ainda dá tempo dizer que o legal de escrever é que, se deixarmos as ideias fluirem, as linhas vão ganhando vida própria e a prosa toma um rumo absolutamente inesperado.
Tudo o que eu queria dizer no começo dessa crônica era da enorme saudade que sentia de escrever essas mal traçadas linhas no belemdopara, com ponto com e ponto br, masculino, sim senhor.
Estamos de volta, senhores passageiros dessas minhas viagens. Estamos de volta ao belemdopara e a Belém do Pará.

Entrevista ao jornal Folha de Boa Vista

Entrevista publicada na coluna de Gestão Empresaria, do consultor Fabiano de Cristo, no jornal Folha de Boa Vista, no último dia 6 de maio.

Cesar em primeiro lugar gostaria de lhe agradecer o espaço aberto na sua agenda para essa entrevista. Para começar, eu gostaria de saber qual a diferença entre Rede Social e Mídia Social.

Fabiano, eu é que agradeço o convite e respondo a sua pergunta com bastante objetividade: uma rede social é um grupo de pessoas que têm interesses em comum, compartilham ideias e informações. Uma rede social, portanto, pode acontecer fora do mundo virtual também. Na internet, esses grupos podem surgir no Orkut, Facebook, no MSN ou até mesmo por e-mail, em uma conversa com diferentes contatos. Já uma mídia social é justamente o meio, o espaço, a estrutura, que esses grupos com interesses em comum usam para se comunicar. As mídias sociais também necessitam de investimentos, funcionando muitas vezes como veículos publicitários. Então, por exemplo, o Facebook é uma mídia social que permite a formação de uma rede social, uma rede de relacionamentos.

Dentro deste contexto quais são as principais mudanças causadas pelas redes sociais no ambiente empresarial?

As redes sociais são ferramentas de interação bastante significativas quando bem usadas pelas corporações, pois permitem um relacionamento direto entre a empresa e o mercado, sem nenhum atravessador na comunicação. A comunicação ficou mais ágil e transparente. A diminuição de custos de comunicação e relacionamento é outra uma mudança significativa experimentada pelas corporações.

Qual a importância das redes sociais para os negócios?

Num mundo onde a qualidade de produtos e serviços é obrigação e não mais diferencial, é preciso que as empresas conheçam melhor ainda quem é o seu consumidor, quais os seus anseios, o que ele espera da sua marca e, principalmente, que a sua empresa proporcione uma experiência diferente de relacionamento, valorizando cada cliente como se fosse, realmente, único. E isso, esse relacionamento direto somado ao conhecimento das vontades e desejos do seu público é uma das maiores virtudes do mundo virtual. Entretanto, é preciso ter cuidado para manter a privacidade dos usuários, não coletando dados individuais sobre nenhum usuário, mas sim observando padrões ao analisar uma grande quantidade de internautas.

 Como as pequenas e médias empresas devem se preparar para investir nas redes sociais?

As pequenas e médias empresas levam a vantagem de ter mais agilidade nas tomadas de decisões e de promoverem mudanças filosóficas com menos traumas. Obviamente o investimento na mídia social, através da participação nas redes sociais, deve ser conduzido com profissionalismo e com o maior embasamento possível. A própria internet é farta em literatura e ferramentas de aferição de resultados, pois de nada adianta o relacionamento com o cliente se dele, não se tirar o melhor proveito do retorno obtido.

As mídias sociais mudaram a forma com a qual interagimos. Muitas empresas têm oferecido recompensas virtuais a partir de experiências reais, utilizando, por exemplo, o Foursquare. Essa seria uma forma de “humanizar” as redes sociais e aproximar as pessoas?

Nos dias de hoje a interatividade entre a empresa e seu target é fundamental. E isso pode ser feito com a empresa participando das comunidades onde o seu cliente se encontra, tirando as dúvidas que ele tenha sobre seu produto ou serviço, fazendo promoções, sorteando brindes e, principalmente oferecendo conteúdo relevante, mostrando que ele é realmente importante para sua empresa. A recompensa do Foursquare não é só virtual. Existem as recompensas reais, como descontos ou brindes a um cliente fiel. E é isso que torna tudo fascinante: a empresa falar diretamente com o seu cliente, reconhecê-lo também como relevante à sua marca e fundamental ao seu negócio. É sim uma forma de humanização no frio mundo dos bits e bytes.

Toda empresa precisa ter um perfil no facebook ou uma conta no Twitter?

Existem centenas de empresas bem posicionadas no mercado sem uma participação efetiva nas redes sociais. Entretanto, em médio e longo prazo, o próprio mercado tornará obrigatória esta participação, por menor que seja. Mesmo que uma empresa não lide diretamente com o consumidor final, com a grande massa, ela, obviamente, tem o seu público próprio e precisa se relacionar com ele. As formas de relacionamento mudam com as novas tecnologias. É assim desde as trombetas de Júlio Cesar ou dos sinais de fumaça que anunciavam as conquistas. Ter um perfil no Facebook, uma conta no Twitter ou em qualquer outra rede social vai ser tão natural quanto ter um telefone na empresa.

Como uma empresa deve escolher a melhor ferramenta (Twitter, Facebook, Google+ etc) na hora de divulgar seus produtos seus produtos ou serviços nas redes sociais?

Para cada perfil de negócio existe uma rede social mais apropriada. Twitter e Google+ são excelente ferramenta de divulgação de notícias e novidades em tempo real. O Facebook é uma grande ferramenta para fortalecimento de marca através das páginas empresarias e dos aplicativos que podem ser desenvolvidos exclusivamente para cada empresa, através de profissionais especializados. O cardápio é grande e é preciso que se deguste um pouco de cada, até encontrar a rede mais adequada aos seus objetivos empresariais.

Até 2016 todas as emissoras do país terão que transmitir o sinal em alta definição. Como você ver o futuro da publicidade e seus profissionais na era da convergência dos meios?

O sinal em alta definição não obrigará uma mudança radical na publicidade. O que provocará esta mudança será a interatividade através da TV e a possibilidade do telespectador escolher o melhor horário para assistir os programas que gosta. Assim, o conceito de novela das oito vai terminar, pois a novela das oito vai passar na hora em quem o telespectador quiser assistir na sua TV. Vamos ter que repensar o formato da propaganda televisiva, hoje em brakes comerciais mais ou menos valorizados de acordo com os horários de maior ou menor audiência. Certamente o merchandising dentro dos programas ficará mais forte.

Qual deve ser o futuro das redes sociais? Você acredita no fim de alguma rede social e no surgimento de outras?

O mundo virtual é igual ao mundo real: sobrevive apenas aquilo que for relevante para o mercado. Muitas redes sociais vão deixar de existir e outras tantas vão surgir. As mais relevantes terão vida mais longa. Mas o mundo está mudando tão rápido que a única certeza que temos é a incerteza do que virá pela frente.

Nos últimos anos vimos a ascensão da web 2.0 e das redes sociais. O que você espera para os próximos anos?

A Web 2.0 foi a ferramenta responsável pelo surgimento das redes sociais, pois estabeleceu os padrões de interatividade vigentes. Acredito que a convergência da informática, da informação e da comunicação para equipamentos portáteis e cada vez mais poderosos é uma tendência irreversível. A mobilidade continuará sendo a pauta do dia por muitos anos, com os dados trafegando por infovias cada vez mais largas, mesmo que nós continuemos achando a banda de dados sempre menor do que a nossa necessidade.

Qual a sua principal mensagem para os empresários de Boa Vista?

Boa Vista é uma cidade que tem tudo para despontar no cenário digital do Brasil por ser jovem, de gente jovem e com um planejamento urbano que permite a construção de infovias a partir de um ponto central, como a Praça do Centro Cívico, por exemplo. Poucas cidades brasileiras têm essa característica que ajuda, tanto na instalação, quanto na economicidade da infraestrutura necessária. Mas o principal que encontrei em Boa Vista, nas duas vezes em que aqui estive, foi ver o brilho nos olhos, o orgulho no peito e uma vontade danada que as pessoas têm de empreender. Esse é o grande diferencial de Boa Vista.

O funeral da Whitney e o velório do vovô

Ontem foi o funeral de Whitney Huston. Engraçado isso: aqui a gente não tem a manha de chamar funeral de funeral. Vai ver porque aqui a coisa é bem menos pomposa do que o que a gente viu ontem, em transmissão ao vivo e a cores para muitos países. Showzão! Digno de Whitney.

Mas é estanho pra nós, latinos, que encaramos a morte como um momento de luto, tragédia, silêncio e dor, entender a cultura anglo-saxônica onde o velório é celebrado e os mortos lembrados em versos e prosas, durante dias e dias, com mesa farta, bolinhos e salgadinhos.

Por Deus do céu: ontem, na frente da TV, muitas vezes esqueci que debaixo daquele monumental arranjo de flores que cobria o cintilante esquife minimalista, estava um corpo inerte e, se não fossem o bom serviço de embalsamamento, nem tão inodoro, já que se passavam sete dias do momento em que foi encontrado, sem vida, numa banheira de hotel hollywoodiano.

A qualquer instante, entre um acorde do imortal Steve Wonder e  outro da talentosa Alicia Keys, achava que a tampa do caixão iria se abrir e Whitney ia aparecer rebolativa, com seu vozeirão cantando IIIII Waaaannnaaa daaaaance with someboooodyyyyy!!!!

Sério, foi só isso que faltou. Até os guarda-costas estavam lá pra segurar qualquer onda mais pesada: tanto o efetivo quanto aquele outro do filme. Aliás, pelo que se leu nas entrelinhas do discurso do Kevin Costner, durante algum tempo, ele saiu da ficção pra guardar muito mais do que as costas da Whitney na vida real. Aposto todos os meus vinténs que rolou muito And IIIII Wiiilll alwaaayyyyysss loooovveeeeeee yyyouuu uuu uuuu uuu!!! Ao pé do ouvido do Mr. Costner.

E reverendo Al Sharpton, hein? Pontinho pro estrelato: pregou, orou, cantou, tocou piano e regeu o coral, não necessariamente nessa ordem, mas com absoluta competência para hipnotizar a platéia que, em transe, erguia as mãos os céus repetindo cantos de Glória. Parecia assim um Michel Teló de batina, todo animadinho.

Em emoção o funeral  da Whitney disputou nota por nota com o do Michael Jackson, mas o dela foi muito mais animado e festivo.

Aliás no quesito animação e irreverência, o funeral da Whitney só perdeu, e de longe, pro do meu avô, que morreu em casa, ao meio-dia e foi enterrado as quatro da tarde do mesmo dia.

Explico: teimoso que só, vovô foi o último dos amigos a morrer e por isso mesmo, seu velório tinha tudo pra ser um retumbante  fracasso de público. Os filhos então, reunidos em volta do corpo, decidiram: enterro o mais rápido possível, comunicando os parentes por telefone mesmo, pra poupar a vovó, já doente e com 90 anos, do sofrimento de passar uma noite em claro velando o falecido.

Até aí, tudo bem. Mas, sabe como é, sábado, hora do almoço, velório em casa, chega um e abre uma cerveja, vem outro e pega um whiskinho, outro já pede pra cozinheira uma calabrezinha frita  e o velório do vovô foi virando uma celebração eucarística digna dele que, para agradar os amigos, andava pra lá e prá cá com uma Bíblia falsa, que continha, em vez das apostólicas mensagens, uma garrafinha sempre abastecida com a batida de maracujá que ele mesmo preparava com cachaça de Abaeté e dois copos providenciais.

Bom, se você está escandalizado com isso, então pare de ler essa crônica agora, porque você vai ficar ainda mais horrorizado ao saber que vovô foi velado na sala, com o féretro saindo de cima da mesa de jantar direto para o cemitério de Santa Izabel.

A verdade é que vovô Adalberto, tal qual Whitney, teve um funeral do arromba. O dela, com música e emoção. O dele, com o que ele também sabia fazer de melhor: uma biritada de primeira e muita, mas muita alegria de viver. E de morrer.

Entre pincéis e carretéis

Voltei aos bancos de escola. Nos próximos 17 meses serei um aplicado aluno de pós-graduação em artes visuais, com direito a carteirinha de estudante e tudo. Agora, no cinema com as filhas, as meias-entradas delas não me farão mais inveja. Difícil vai ser fazer a mocinha da bilheteria acreditar que este senhor de barba grisalha e careca traiçoeira merece, de fato e de direito, tal regalia estudantil.

Hoje, antes da aula inaugural do curso, tive que escutar gracinhas até da minha mulher perguntando se eu não iria levar lancheira pra hora do recreio ou uma maçãzinha pra tia da escola. Tudo bem, faz parte, né?

Pior vai ser quando os velhos amigos chamarem pra uma rodada de gelada no sabadão e eu, gentilmente, declinar o convite por estar em caloroso debate com os novos colegas de classe sobre a importância para o cenário artístico brasileiro dos anos 70 das Inserções em circuitos ideológicos de Cildo Meireles, que colocou o objeto de arte atuando no universo industrial e não mais o objeto industrial no lugar da arte, com a pretensão de fazer o caminho inverso dos readymades.

Entenderam? Nem eu, meus amigos. Ainda tô muito longe de ser um Jaime Bibas, mas um dia eu chego lá. Só peguei isso aí do enunciado de uma questão da prova de um curso similar, para vocês verem onde é que eu fui amarrar a minha carrocinha e, obviamente, para tentar impressionar vocês, posando de bacana.

Mas o que quase me fez desistir de tudo foi que, quando pensei em fazer essa pós, lembrei de pintura, escultura, cinema, fotografia… jamais imaginei que ia ter que estudar e desenvolver projetos sobre assuntos que, nos meus tempos de escola, eram de interesse apenas daqueles coleguinhas mais esquisitinhos. Sim, senhoras e senhores: fui fuçar o conteúdo programático do curso e dei de cara com quatro letrinhas que gelaram a minha alma: m-o-d-a!

Caraca! Logo eu, que não sei a diferença de um tafetá pra um musseline, pode? Tomara que meus velhos amigos das cervejinhas de sábado não estejam lendo essa crônica, senão vou ficar mal falado no boteco com a mais absoluta certeza.

Mas essa coisa mimosa de moda é só uma mera purpurina passageira na grade curricular e o curso é bem completo, abordando a evolução das artes visuais desde os fins do século XIX até hoje. Quer dizer: assim como vai ter um momento Clodovil, vão ter muitos momentos em que teremos que mostrar o Picasso que habita em nós, pra fazer o merecido contaponto.

De modos que é isso: enquanto os meus colegas de escola sonham com o cada vez mais próximo dia de pendurar as chuteiras, eu estou novamente entrando em campo, pintando e, putz… bordando.

Eu e Galileu: dois gênios incompreendidos.

Senhoras e senhores, sei que o meu dia de glória está próximo. E quando esse dia chegar, tenham certeza, tentarei não escutar a voz que se erguerá do lado negro da minha alma bradando vingança contra os meus detratores. Por mais piedosos que sejamos, todos temos um ladro negro. Eu tenho, você tem e até Madre Teresa devia ter o dela também. Ok, tudo certo: o lado negro da irmã Agnes deve ter sido, no máximo, cinza claro. De negro já bastava o sofrimento que ela tentava amenizar com sua forte e frágil presença, em Calcutá, onde também era conhecida como a Santa das sarjetas..
Essa mesma voz teria escutado Galileu Galilei se tivesse vivido até o dia da sua glória, o dia do reconhecimento de suas impensáveis teorias. Escorraçado pela igreja católica por afirmar que o Sol era o rei da cocada preta e os planetas, entre eles a Terra de Nosso Senhor Jesus Cristo, eram apenas parte da figuração no lindo bailado sideral, Galileu só foi absolvido por Roma em 1983. Ou seja, mais de 300 anos depois de sua morte, em Florença.
Coincidência ou não, nessa mesma década de 80, começou a florescer dentro do meu eu uma das mais revolucionárias teorias, nunca antes na história desse Brasil imaginada pelos nossos filósofos e cientistas de plantão.
Enquanto a maioria dos jovens que acabavam de entrar na  faculdade ainda tinha dúvidas se o plural de guarda-chuva era guarda-chuvas ou “guardas-chuvas”, euzinho, de plena posse das minhas próprias faculdades mentais, começava a esboçar as primeiras equações da teoria que a seguir apresentarei e que, certamente, teria apoio incondicional do velho Galileu, se vivo fosse.
Para que você possa captar toda profundidade da minha inebriante teoria, é preciso que você tenha em mente os dois princípios que a norteiam: o primeiro princípio baseia-se na afirmação de que você conhece ou sabe de alguém que, um dia, já perdeu um guarda-chuva. Sim, claro, você mesmo já pode ter perdido um, não é mesmo?
Já o segundo princípio é aquele que não deixa nenhuma dúvida sobre a validade da minha edificante teoria: você nunca achou, ou não conhece alguém que tenha achado, um guarda-chuva, não é? Vamos lá! Faça um esforço! Tente lembrar de alguém que tenha encontrado um guarda-chuva. Viu? Não adianta! Não existe.
É agora, senhoras e senhores, que entra no ar a teoria do papaizinho aqui: você nunca encontrou e nem vai encontrar um guarda-chuva dando sopa por aí, porque guarda-chuvas não são apenas guarda-chuvas: são sondas extraterrestres, na forma de antenas parabólicas invertidas, que transmitem todo o conhecimento armazenado nas nossas cabeças, para os nossos brothers de outras galáxias. E como toda sonda extraterrestre que se preza, guarda-chuvas se desintegram depois de um certo tempo de uso, para que não possam ter suas avançadas tecnologias estudada pelos gloriosos cientistas do nosso lindo planeta azul.
Ficou claro agora, minha senhora, onde foi parar aquela sua sombrinha verde de bolinhas fúcsias que custou cinco contos lá no camelô da João Alfredo?
E sabe por que você também não encontra mais o camelô no mesmo lugar onde adquiriu a sua sonda espacial que veio com aquele probleminha na abertura de uma das arestas transmissoras e que nós pobre mortais chamamos de varetinha do guarda-chuva? Ora, ora: porque esses caras se teletransportam pros seus planetas de origem logo após desova de uma remessa de sondas por aqui. Simples assim!
Já sei, você também está rindo da minha cara, achando tudo isso uma grande loucura, um delírio absurdo. Normal! O Santo Padre também achava isso das idéias daquele nosso amigo italiano do começo dessa crônica, até que deu com os burros n’água.
E olha que eu ainda nem comecei a falar da minha outra inabalável teoria: você, certamente, já perdeu uma caneta Bic, né? Mas responda: conhece alguém que já tenha encontrado alguma? Tente lembrar! Faça um esforço! Não, né?
Tá bom, tá bom: é melhor pararmos por aqui. Sai, Galileu! Sai deste corpo que não te pertence!

Doeu, Steve?

Você já deve estar careca de ler sobre o confronto das tablets. De um lado do ringue a poderosa Apple com o seu sistema operacional iOS e seus lindos gadgets. Do outro lado, o robô Android da Google, desafiante não menos poderoso treinado pelos pesos pesados Samsung, Motorola, HTC, Asus e Acer, entre outros bravos guerreiros.

Mas a minha visão talvez seja um pouquinho diferente porque tenho a oportunidade de estar servindo de “sparring” para os dois combatentes, ao mesmo tempo. No mesmo dia em que a TIM entregou o meu Samsung Galaxy Tab de 7”, minha filha chegou de viagem trazendo na babagem o encantador iPad2.

Para quem gosta de tecnologia como eu, imaginem só, terça-feira passada foi um dia orgasmático.

Mas vou deixar de fornicar a paciência de vocês e ir direto ao assunto, ao confronto entre o iPad e o Samsung Galaxy Tab, sem, entretanto, questionar o tamanho dos aparelhos, pois isso é opção pessoal e eu optei, de fato, por usar um aparelho menor e mais leve no dia a dia.

Também não vou dizer que o Galaxy tem televisão analógica e digital, porque pouco assisto TV e pra mim não faz muita diferença ter ou não ter.

Muito menos lembrar que o Galaxy Tab roda sites em flash porque isso já começa a cheirar a tecniquês.

Quero avaliar a utilização prática de um tablet no dia a dia de trabalho.

Pra ir logo estragando a festa dos fiéis seguidores do Mr. Jobs, divulgo logo o resultado: pra mim, o Samsung Galaxy Tab venceu por nocaute logo no primeiro round. E não venham me criticar por isso, pois mostro minha total isenção: meu celular é um iPhone e não consigo pensar em outro.

Já tive micro com Linux – que é a base do Android – e detestei, voltando pro bom e velho, odiado e amado, Windows.

Portanto, não sou, nem fanático pela Apple e nem idolatro o Android. Sou um usuário que quer saber de praticidade na hora de usar seus maravilhosos trecos digitais.

Os velozes e furiosos fanzocas do Steve vão me atacar dizendo que o Galaxy Tab usa o Android 2.2 Froyo, um sistema operacional que não foi feito especialmente para tablets. E eu respondo: e daí? O que isso significa na prática? Talvez seja até bom, pois é um sistema mais leve e ágil, sem tantas firulas que exijam maior poder de processamento.

Para o usuário padrão, o que interessa é conseguir realizar tudo o que ele quer fazer, do jeito que está acostumado a fazer. E isso você faz no Android, como, por exemplo, ligar o tablet na porta USB do seu computador e ele ser reconhecido imediatamente – exatamente como um pen drive – permitindo que você crie pastas e subpastas no cartão de memória, arrastando todos os seus arquivos para dentro do tablet.

Bom, só o fato de você poder aumentar a memória de 16 Gb para até 48 Gb com um simples cartão micro-SD, já é mais um gancho de direita do Samsung Galaxy Tab bem no queixo do iPad.

Mas o golpe de misericórdia veio quando minha filha suplicou clemência, pois o iTunes do notebook dela  não estava reconhecendo o seu novo iPad, porque o nome da biblioteca do iTunes estava diferente do nome da biblioteca do iPad, ativado em uma Apple Store canadense.

Ou seja: enquanto eu já havia passado todos os meus arquivos importantes de trabalho para o Samsung Galaxy (arquivos de vídeo em quase todas as extensões mais comuns, músicas, planilhas Excel, textos do Word, apresentações do Power Point, arquivos PDF, e-books ePub, etc…), minha filha ainda brigava com o iTunes para renomear a tal biblioteca de arquivos do programa, para poder sincronizar alguns poucos tipos de arquivos que o iPad roda nativamente, além dos vídeos exclusivamente Mp4 e música que estejam apenas naquele mesmo computador gerente.

Coisa chata isso de ter que ser escravo de uma só máquina para sincronizar seus arquivos, não é Steve?

Obviamente que o design da Apple é campeão. Não só dos aparelhos, como dos ícones de programa e da própria AppStore da Apple. Mas, sinceramente, isso é muito pouco para quem não quer ter apenas um “rostinho bonito” sobre a mesa.

E no que depender de mim, rostinho bonito é o do Samsung Galaxy Tab, já que o do iPad ficou bastante machucado no confronto direto, quando soou o gongo.

Eu quero a calcinha da Sandy!

Por Deus do Céu, nunca senti tanta falta de uma babá! Nada disso que estão pensando, caros leitores. Já passei das duas fases: da fase de precisar de uma babá para brincar e daquela outra fase de querer brincar com todas as babás da rua, lá pelos 14 ou 15 anos.

O papo é o seguinte: neste exato momento em que escrevo, às 9h15 de sábado, dia 14 de abril, estou aproveitando o único momento de folga que tive desde que inventei de viajar com a mulher e as duas filhas, sozinhos, sem babás, enfermeiras e toda aquela tropa que quem tem filhos pequenos sabe muito bem o que significa.

No aspecto de integração familiar, a viagem não poderia ter sido melhor. Realmente, acho que todo mundo precisa parar tudo de vez em quando e sair por aí enfrentando a barra de ser pai em tempo integral. Apesar do cansaço, vale muito à pena.

Olha só: há pouco mais de uma semana, esta cena não teria acontecido: eu aqui, escrevendo, com as duas filhas no quarto do hotel, sem ter a mulher, a avó, a babá ou a enfermeira do lado pra cuidar delas. A mulher, é claro, foi às últimas compras – aliás, porque todas as mulheres deixam as últimas compras para as últimas horas da viagem? – e eu estou aqui, vivendo esse momento lindo, como diria o rei.

Já escovei os dentes da mais velha, limpei remelas da mais nova, que pra completar está gripadíssima, com o nariz escorrendo de 3 em 3 minutos e eu lá, metendo a mão na massa pra deixar o salãozinho dela brilhando.

-Pai! Eu quero uma calcinha!!

Acabei de escutar isso agora e vou ter que parar de escrever pra procurar a bendita calcinha que, com certeza, já deve estar guardada no fundo na mala.

Tic… tac… tic… tac…

Quinze minutos depois, eis-me aqui de volta e de banho tomado. Banho de Danoninho, claro. Aquele que, dizem, vale por um bifinho. Tente dar para sua filha de dois anos um pote de Danoninho sem amarrá-la muito bem na cadeira e você acabará todo lambuzado também.

Mas, voltando ao caso da calcinha, não era uma calcinha qualquer que a mais velha queria. Era a calcinha da Sandy.

iPhone Draw – Cesar Paes Barreto.
Reprodução proibida.

Ainda tentei dizer que essa eu também queria, mas vi que isso ia complicar a cabecinha dela. Ela poderia acabar achando que eu era esquizitão e tal. Decidi nem tocar no assunto e abri a mala tentando achar a bendita calcinha. Como não achei a calcinha da filha do Xororó, mas achei um biquini da Barbie, tive que utilizar toda a minha capacidade de negociação: ela topou ficar usando o biquini, com a promessa de quando eu acabar este artigo, subirmos para um banho de piscina.

Mas tudo isso hoje foi moleza comparando com a tarde de ontem. Eu e minha mulher achamos que seria ótimo levar as meninas no alto do Corcovado, para conhecerem o Cristo Redentor. Isso iria fazer bem para a formação moral e espiritual delas. Essas coisas que todos os pais acham legais e que a gente acha mó caretice quando ainda é filho, mas faz tudo igual depois que vira pai.

Só que esquecemos que ontem foi sexta-feira. Bom, não exatamente uma sexta-feira qualquer, mas Sexta-feira Santa, ou seja, a sexta em que o cara que a gente foi visitar sartou fora, pra voltar fazendo assombração três dias depois.

Não, você não tem idéia de quanta gente tinha lá no Cristo. Só de engarrafamento na subida do morro foram cinqüenta minutos. Cinqüenta minutos ouvindo tô com sono, tô com fome, quero fazer xixi… Quero voltar que é bom, não escutei nenhuma vez. E não seria eu o herege que iria propor essa idéia.

Chegando lá tive que pagar todos os meus pecados, que agora sei, não são poucos, enfrentando aquela escadaria interminável, carregando fardos extras de 11 kg no braço direito e 16 kg no esquerdo: as duas filhotas. Isso, claro, sem contar no meu próprio peso extra, conseguido nestes 7 dias de comilança aqui na cariocolândia. O resultado foi que, ao chegar no Cristo, eu caí, literalmente, de joelho aos seus pés. Lembro da cara piedosa de duas velhinhas carolas me olhando. Uma delas ainda ensaiou jogar uma moedinha, mas eu, prontamente, recusei, agradecendo.

Além de Sexta-feira Santa, ontem foi sexta-feira 13. Só que isso, eu também tinha esquecido.

O crime na loja de roupas

Sabe onde estou agora? Numa loja de roupas femininas.

Bom, tem maridos que detestam entrar em lojas de roupas femininas. Comigo é um pouco diferente: eu, no papel de marido, também abomino isso do fundo da minha alma. Mas, no papel do escritor de crônicas, acho fascinante.

Não existe nada mais entediante pro marido do que passar mais de uma hora fazendo cara de paisagem, enquanto a mulher escolhe vestidinhos que ele jamais daria a ela, porque teria absoluta certeza que ela odiaria cada um deles do fundo da alma dela também. Mas parece que ela faz questão de comprar justamente esses, pra mostrar toda a sua incompetência na hora dessa tão importante ferramenta da integração matrimonial: a escolha do presente dela.

Já entrou numa loja de roupas femininas sozinho pra comprar o presente da sua cara metade e sentiu isso na pele, né, meu amigo?

Agora mesmo, aqui na minha frente, observo um coitado de um marido com cara de pânico. Duas vendedoras tentam salvá-lo do previsível desastre. Estou pra levantar da poltrona para alertá-lo do risco de vida iminente.

É sério, senhores! Depois de ficar em duvida entre 35 modelos diferentes, o maridão escolheu um macaquinho de seda branco com bolinhas pretas. O problema não é o gosto duvidoso do modelito. Isso, a gente sabe que marido nenhum vai conseguir acertar em cheio. O problema maior é que o infeliz acaba de sair da loja levando na sacola um macaquinho de seda branca de bolinhas pretas, tamanho GG.

Ora, ora… Que ela não goste do tecido ou do modelo, tudo bem, afinal você não é nenhum Jaques Leclair e, no fundo, ela vai ficar até aliviada por você não ser um cara, digamos assim, tão dedicado às plumas e aos paetês.

O que o futuro defunto não percebeu foi o agravante do crime que, involuntariamente, cometeu: o treco é GG, meus amigos.

A estampa boi-bumbá pouco importa nessas horas. O diabo é o tamanho da peça. O marido exemplar, certamente pensou no conforto da esposa e no caimento da peça naquele corpinho não exatamente com o caimento tão em dia. Mas isso não é desculpa para a pena capital feminina:

– Você está me chamando de gorda??!!

Vai ser ele dar o presente pra sentença de acusação ficar retumbando na cabeça dele para toda a eternidade.

Não vai adiantar o cara se ajoelhar no milho e pedir perdão. Dar uma roupa GG é declarar guerra. É pior do que traí-la com a melhor amiga da infância. Ou se negar a pegar a mãe dela na rodoviária porque tem RE X PA no mesmo horário.

Por mais retumbante que seja a sua patroa, meu amigo, dê um modelito, no máximo, tamanho M pra ela e você ganha pontos importantíssimos na relação matrimonial.

Ela jamais vai se importar de ir na loja fazer a troca pelo GG, desde que ninguém precise saber disso, não é mesmo? E depois que ela tesourar a etiqueta, acaba a prova do crime e ela vai desfilar feliz, se achando toda toda, com o presente que você deu pra ela.

É meu amigo, casamento pra durar, tem que obedecer algumas etiquetas. E certamente a do tamanho do vestido não faz parte delas.

Amanhã, cedinho vou ler o obituário no jornal e rezar uma Ave Maria pela pobre alma que, há pouco, saiu aqui da loja.

Eu? Bom, sigo aqui me divertindo, cheio de graça, escrevendo bobagens, esperando o tempo passar.

Enquanto a comida não vem

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Quando a gente junta a fome com a vontade de desenhar, o resultado é esse draw, feito na tela do iPhone, enquanto esperava chegar a barca de sushi.

Ilustração num velho Palmtop

Painel de 3 metros de largura

Esse foi o estudo de um painel para as paredes da produtora de vídeo Imagem Produções, de Belém. Aproveitei a ilustração da sequência de frames para a capa do meu e-book (ver post abaixo). Nesse tempo eu desenhava na tela do bom e velho Palm. Hoje, faço meus draws que ilustram o cabeçalho deste blog, na tela do iPhone,

Uma semente germinada

Não há extraterrestres gays!

Acabo de saber isso pelo Canal Discovery. E, claro, quando o Discovery fala, tá falado, ninguém discute. É uma reportagem sobre abdução, sacanagem interplanetária, sei lá. Só sei que estava xeretando o Twitter, sem dar muita bola pra TV ligada, quando escutei aquela voz padrão Discovery afirmando que ET é tudo espada.

A reportagem afirma categoricamente que não existem relatos de terráqueos e extraterrestres do mesmo sexo fazendo sexo. Curioso como sou, direcionei imediatamente minhas antenas para a TV, ao mesmo tempo em que iniciei uma conclusiva pesquisa pela internet. Fiquei estarrecido com o que vi e li: essa pouca vergonha intergaláctica acontece há milênios.

No seu livro Os Astronautas de Yaveh, o escritor espanhol J.J. Benitez supõe que nas veias de Jesus corria sangue ET, pois ele seria filho da terráquea Maria com um tal de Deus, Jeová, ou Javé, um Senhor extraterrestre. Para Benitez, entre outras coisas, a Estrela de Belém nada mais era do que um OVNI servindo de GPS pros Reis Magos. A ficção do J.J. é muito interessante e a leitura bastante recomendada, mas é melhor voltarmos aos relatos documentados, antes que eu seja excomungado pelo Padre Ronaldo na missa do próximo domingo.

Mudando o rumo da prosa da Galiléia para Maringá, um outro caso surpreendente aconteceu há 30 anos. No dia 13 de abril de 1979, os irmãos JM e RC, com 19 e 13 anos respectivamente, foram abduzidos enquanto voltavam pra casa, por uma misteriosa luz que os seguia. Dentro da nave, o irmão mais velho foi abusado por uma ETsuda de 1.80 metro de altura, pele clara, seios apontando pra Saturno, cabelos negros e lisos na altura dos ombros, lindíssima, porém fria como a cauda de um cometa. Olha só o relato do rapaz, registrado nos anais (êpa!) do caso: “Subi em cima dela e mandei brasa. Mas estava sem graça, não tinha sensação, não tinha nada. Era um prazer frio, mas cheguei ao orgasmo. Ela me empurrou e eu me levantei. Iniciamos uma conversa e ela disse: tomara que a semente germine”

Bom, se a semente germinou ou não é um mistério sideral. Pelo menos até onde se sabe, JM não está pagando pensão alimentícia pra nenhum bacuri verdinho e cabeçudinho. Como se vê, traçar uma gostosona de outra galáxia tem lá suas vantagens.

Não muito diferente aconteceu aqui pertinho, em Colares, entre 1975 e 1979. Enquanto os OVNIS pipocavam nos céus paraenses, as mocinhas apareciam aqui em baixo com “periquitos” nos seios e nos pescoços, causados pelas espadas de luz disparadas pelos artefatos não identificados. Questionadas em casa, a resposta era a mesma: “foi o chupa-chupa, mãe!”. Nove meses depois, batata: a semente germinava. Era assim, tipo uma versão mais tecnológica da lenda do bôto.

Hoje, esses filhos das estrelas estão na faixa dos 30 anos de idade. Desconfio até que um colega de trabalho é uma dessas sementinhas germinadas, pois é cabeçudinho, veio das bandas de lá e é uma verdadeira florzinha desabrochada. E é isso que não bate.

Não sei não, mas é por essas e por outras que acho melhor a gente não acreditar em tudo o que Discovery Channel diz.

 

Comercial que gostei de ter escrito: Iguatemi Belém – Dia dos Pais 2002

Agora é fácil, né Raul?

Publicado originalmente em http://www.belemdopara.com.br – out,2009

Cada dia que passa, sou mais apaixonado pela internet. Não é a mesma tara que tem um nerd ou um tecnólogo, obviamente. O que me encanta é a capacidade infinita da rede de armazenar em suas entranhas tanta bobagem criada pela mente humana. A internet é um verdadeiro oceano do besteirol mundial, para quem se disponha a navegar por ela sem rumo, sem um destino predeterminado.

Outro dia, numa dessas minhas inquietantes viagens, entrei num fórum que discutia o porquê do azul ser a cor dos bebês machos e cor de rosa das pimpolhas. Coisa de quem não tem o que fazer mesmo. Fiquei absolutamente maravilhado porque tal questionamento nunca havia me passado pela cabeça. Ah, não venha e dizer que já passou pela sua. Isso é preocupação de quem não tem contas pra pagar no fim do mês, não tem filho com catapora e nem uma crônica inteligente pra entregar toda semana. Ok, nem tão inteligente assim.

Mas nesse fórum, além da instigante pergunta, encontrei uma singela explicação para a cromática questão: “antigamente acreditava-se que espíritos do mal grudavam nos recém-nascidos e azul era a cor mais poderosa para afastá-los, visto ser a cor do céu. Os homens eram tidos como mais valiosos, por isto foi adotado azul. Como as meninas ficaram sem cor, uma lenda européia, dizia que as meninas nasciam dentro de rosas cor-de-rosa, por isto ficou esta cor para as meninas”.

Que maravilha de explicação, não? É ou não é o suprassumo do “embromation”?

Bom, como eu não tinha nada pra fazer mesmo, porque as contas do mês já estavam pagas com o salário aqui do site e as minhas filhas não estavam com catapora, só me restava tentar colocar um pouquinho de inteligência nessa crônica. Fui à luta. Arregacei as mangas do pijama e entrei fundo em tão importante assunto.

Aliás, não só eu, mas também dois renomados neurocientistas da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, que publicaram o resultado de uma elucidante pesquisa no jornal inglês Biologia Atual, depois de reunir 206 pessoas de ambos os sexos, com idades entre 20 e 26 anos, em uma experiência que desvendou as preferências de cores entre homens e mulheres. A maioria era de brancos ingleses, porém 37 eram descendentes de chineses e criados na China.

A experiência era relativamente simples: inicialmente, os ingleses teriam que observar retângulos coloridos que piscavam em um monitor de computador e, rapidamente, indicar a cor da sua preferência. Em breves palavras, o resultado não mostrou surpresas: os homens mostraram preferências por cores combinadas variando do azul ao amarelo, enquanto as mulheres preferiram cores que mudavam do espectro azul para o vermelho, onde se incluem as variações de rosa e lilás.

E foi aí que os chineses entraram na história, para tirar a prova dos nove, já que o resultado poderia ser reflexo dos ingleses terem sido criados em uma cultura onde o azul é para meninos e o rosa para meninas.

O teste foi repetido com os chineses, que são amarelos desde pequeninos e não são criados dentro da regra do azul e rosa.

Surpreendentemente o resultado foi o mesmo, o que provou que a preferência pela cor entre os sexos tem base biológica e não cultural.

A pesquisa prosseguiu para tentar compreender por que há distinção entre homens e mulheres em relação às preferências de cores, levando os gloriosos neurocientistas até a mama África de 10 mil anos atrás, justamente no período em que Raul dizia nascido.

Naquele tempo, as mulheres eram responsáveis pela colheita dos frutos, flores e vegetais, enquanto os homens caçavam e pescavam. As mulheres, portanto, tinham afinidade com os vermelhos das frutas maduras que contavam pontos para as mulheres antigas em seus grupos. Assim, a mulher trouxe consigo a cor vermelha (e as recompensas associadas a ela). Já o azul dos homens estava associado ao tempo bom para a caça e às águas limpas para a pesca.

Viu só? Graças à internet, podemos ir da bobagem crônica à ciência exata em um par de cliques. É por isso que hoje é muito fácil a gente brincar de Raul Seixas, dizendo que não há nada nesse mundo que a gente não saiba demais.

Meus iPhones Draws

Uma das novas possibilidades que o iPhone permite aos seus usuários é expressar suas habilidades artísticas através de desenhos, com a ponta dos dedos, na tela do celular. Esta ilustração foi feita na sala de espera de um cliente, aguardando ser atendido. São novas possibilidades que as novas ferramentas permitem explorar.  O programa utilizado foi o MyPaint Free.iPhone Draw

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Eu e a turma de “Criação em Novas Mídias” da Escola de Propaganda, aprendendo juntos a fazer um blog de sucesso. Esperamos ver você mais vezes por aqui!

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